Páginas

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Game Over

Não assisti ao jogo, então não posso falar do que não vi. Até poderia relativar a derrota para o Bragantino, dizendo que eles jogaram motivados pela luta contra rebaixamento. Também poderia dizer que outros times também tiveram resultados ruins dentro de casa, como o Criciúma que levou um tombo diante do Barueri, que o Atlético e o São Caetano só empataram em casa contra Guarani e Ipatinga, respectivamente, que o Ceará e o Joinville também, perderam, etc.

Mas, analisando as declarações dos jogadores após o jogo, todas clássicas, como, estamos tristes, sabemos que estamos devendo, temos que vibrar mais, dar uma sacudida no vestiário, vamos terminar o campeonato com dignidade, blá, blá, blá, dá para ver que o tal do comprometimento já acabou lá atrás.

Por que não jogaram com mais vibração nestes últimos jogos, quando a matemática ainda permitia sonhar? O que houve dentro do vestiário para o time mudar tanto, desde aquela grande atuação contra o Vitória, então líder da competição e invicto há vários jogos? O time é o mesmo, mas as atuações depois daquele jogo, muito diferente.

Não dá para apontar apenas um único motivo para o insucesso na série B. O elenco não tão qualificado como precisaria, os atrasos dos salários, a troca de treinador e a saída de um jogador de referência, como o CS10, são alguns dos motivos que fizeram o Leão não chegar no seu objetivo de acesso à série A.

Como o time não vai subir, a torcida deverá culpar exclusivamente da diretoria, que contratou os jogadores e o técnico. E isso é verdade. Entretanto, para se apontar o dedo para a diretoria, é preciso reconhecer seus méritos na conquista do estadual, pois não tem sentido culpar no fracasso e não parabenizar na vitória.

Se o HM ainda fosse técnico, talvez fosse poupado pela maioria da torcida, que ia dizer que ele não tem culpa se a diretoria não lhe deu material humano melhor. Mas como é o Argel, detestado pela maioria mesmo antes de entrar na Ressacada, também vai levar a culpa pelo fracasso.

E os jogadores? Já ouvi comentarista dizendo que os jogadores não tem culpa, pois foi a diretoria que os contratou? Como não tem culpa? Então serem incompetentes no que fazem não os tornam também responsáveis pela campanha ruim? É claro que assim como foram apontados pelos grandes heróis da conquista do estadual, também tem sua grande parcela de culpa nas derrotas.

A torcida não tem culpa no fracasso do time, é verdade, mas também pouco ajudou nas vitórias. Sempre desconfiou dos jogadores e poucas vezes empurrou o time para a vitória. A rejeição pela diretoria vem cegando muitos torcedores, que talvez até não cheguem ao cúmulo de torcer contra, mas não se mobilizaram para torcer a favor do time.

Agora, apesar da calculadora ainda insistir que dá, não tem como ter esperança. E não é pela pontuação, já que os times da frente também não pontuaram. Mas pela apatia mostrada em campo pelos jogadores. Se não tinham admitido antes, agora já mostraram que jogaram a toalha.

E o que fazer daqui para frente? Ainda tem 6 doloridos jogos para disputar. Paraná, Ceará, ABC, Guarani, Barueri e Criciúma. Colocar os juniores? Dispensar já a maioria? Acho que não. Os caras foram contratados para jogar e tem que cumprir seu contrato. Então tem mandar viajar até Forteleza, Natal e Barueri, sim. Ah, a diretoria também precisa colocar o salário em dia, porque senão fica complicado exigir dedicação do atleta. Afinal, quem de nós suaria a camisa pela empresa se ela não fizesse sua parte mais óbvia, que é pagar o salário?

Não adianta começar a dispensar o elenco. O clima vai ficar ainda pior do que está. Se não será possível subir, pelo menos vamos evitar vexames nesta reta final. Nestes 6 jogos que faltam, pelo menos dentro de casa os jogadores tem que mostrar vergonha na cara e vencer as partidas.

Ficar mais um ano na série B não é o fim do mundo. O todo poderoso do outro lado da ponte também levou dois anos para subir. E pelo jeito já vai voltar. O Goiás e Vitória também não voltaram no ano seguinte a queda. O Criciúma e o São Caetano terminaram pertinho do Z4 no ano passado. Então, se a coisa tá ruim, não quer dizer que no ano que vem vai ficar pior. Mas tem que se preparar e planejar.

Apesar de ser contra a troca de treinadores, acho que já deu para a bola do Argel. Mas não precisa trocá-lo, agora, só para colocar qualquer outro. Deixa ele lá, pensando que vai ficar para o estadual. Enquanto isso, a diretoria já deveria procurar um técnico com experiência para colocar o Avaí nos trilhos. Não sei apontar nomes, mas se pudesse, traria o Chamusca de volta. Quem sabe até o Silas, apesar de algumas lambanças passadas. Só não me venham com gente do tipo Mauro Ovelha.

O gerente de futebol, acusado por muitos de incompetente, realmente não mostrou nada de novo. Será que vai fazer promessas para o ano que vem ou vai levar uma puxada de tapete, já tão comum nos corredores da Ressacada?

A faxina tem que ser grande, mas com critérios. Apesar de tudo, tem gente boa na Ressacada, e há vários jogadores que podem ser aproveitados para o próximo ano. Não precisa mandar todo mundo embora, mas é verdade que muitos não tem mais clima para ficar no sul da Ilha.

A vida segue e o mundo não vai acabar.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Uma grande verdade


Aliás, no caso dele, o título poderia ser mais abrangente: "Eu não entendo nada de futebol."

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Vitória ruim, derrota péssima, mas não acabou

A vitória em cima do CRB foi daquelas sofridas. Apesar de batido, o que interessava mesmo, a esta altura do campeonato, era os três pontos. Não dá para entender as vaias. É claro que todo mundo queria um jogo melhor, mas daí a vaiar é muita vontade de pensar ser Barcelona mesmo.

Por aquele jogo, não daria para ter esperança para o futuro. Mas como o time do Avaí é inexplicável, vence jogando bem do líder e perde bisonhamente de um time da rabeira, esta variação da qualidade do time poderia dar algum alento e que no jogo em Curitiba, contra um time mais forte, o Leão mostrasse o futebol que apresentou contra o time baiano.

Mas não foi isto que aconteceu. Não vi o jogo, nem lances da partida. Só acompanhei pela internet e um pouco pelo rádio. Se com 11 já seria difícil, perdendo um jogador por expulsão, aí mesmo que não daria mesmo.

Perder em Curitiba do Furacão original não é nada demais. Se não tivesse o time do Avaí perdido pontos bobos, como para o Guaratinguetá e CRB fora de casa, e Joinville e Atlético-PR em casa, na época do HM e agora para o ASA, já na gestão Fucks, ninguém estaria desesperado por causa desta derrota.

Só nestes jogos que citei, o Avaí perdeu 14 pontos, que se conquistados em pelo menos sua metade, o time teria 53 pontos, encostado do São Caetano, que tem 56 pontos.

Já não estava fácil, ficou difícil com a derrota para o ASA, agora ficou quase impossível. Quase, porque nas últimas oito rodadas do turno, o Avaí conquistou 16 pontos (vitórias contra Bragantino, Ceará, ABC, Guarani e Barureri e empate com Paraná, perdendo para Goiás e Criciúma). Repetir este desempenho não será suficiente para o acesso, pois 62 pontos não vai colocar o time entre os quatro primeiros. Dos 24 pontos que o Leão vai disputar, ele precisará conquistar de pelo menos 21 e ainda assim vai ter que usar a calculadora e o secador de adversário para ver se chega lá.

Tudo começa na sexta, vencendo o Goiás. Para aqueles "avaianos" que vão torcer contra, por favor, fiquem em casa. De preferência, nem assistam ao jogo.

A meta é complicada, mas enquanto há matemática, há esperança.

Ainda não é hora para jogar a toalha (está quase).

Use-a para secar os adversários.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Torcida, pijamas e viúvas

Inspirado na postagem do Aguiar (Um clube abandonado), também vou fazer algumas considerações sobre a torcida avaiana, da qual faço parte.

Apesar da paixão declarada e enaltecida em muitos blogs, a verdade é que a torcida avaiana vem tendo um desempenho semelhante ao time nos últimos anos. Se o time não vem jogando bem, a torcida também não tem feito um bom papel. Pouca presença e muita vaia. Nem vou discutir se o preço do ingresso é barato ou caro, se tem fila ou pista liberada, se chove muito ou o sol está forte, se a campanha é boa ou ruim e se a diretoria só faz bobagem ou acerta de vez em quando.

Posso até aceitar que não venham ao estádio, mas daí não pode se intitular como um torcedor apaixonado. Não é uma questão de ser mais ou menos avaiano ou de ser ou não um verdadeiro avaiano. Mas de ser um torcedor apaixonado, que vai nos bons ou maus momentos ou apenas um torcedor comum, que gosta do time, mas só vai na boa.

Entre estes últimos, vários são os chamados pijamas, muito comuns em dias de grandes jogos, principalmente na época da série A e que deverão estar de volta no ano que vem, mas somente nas decisões do estadual (se o Avaí chegar novamente) e em algum jogo da Copa Brasil contra algum time grande. Ah, se na última rodada, contra o Criciúma, o Avaí ainda tiver chance de subir, eles também deverão aparecer. E se subir, no ano que vem, contra cariocas, gaúchos e alguns paulistas, os pijamas voltarão ao estádio. Fora isto, contra Sport, Bahia, Náutico, Coritiba, etc. assistem de casa mesmo.

Mas este comportamento da torcida não é para mim uma surpresa, pois há muito tempo noto que nos jogos, a torcida é um reflexo do desempenho do time e não o contrário, como se vê em outros estádios e com outras torcidas. Para ser mais claro, a torcida apenas começa a apoiar o time depois que o time consegue alguma jogada de ataque com chance de gol. Ou seja, é o time que acorda a torcida e não o contrário. Isto acontece em quase todos os jogos.

A exceção a esta regra só acontece quando a fase está muito boa. Aí, antes mesmo do jogo começar, a torcida já está fazendo festa e após o juiz autorizar a bola rolar, o torcedor já começar a apoiar os jogadores. Neste caso sim, a torcida empurra o time para a vitória. Muitos pensam que esta é a marca registrada da torcida avaiana, mas não é. É claro que nestes momentos a festa é bonita e a torcida mostra toda sua paixão e transforma a Ressacada num caldeirão. Mas não é uma regra, pois não se mantém nas épocas de vacas magras, ou mesmo no início dos campeonatos, quando nem se pode falar mal ou bem do time.

Se a campanha é ruim, a primeira manifestação da torcida em geral, é para pegar no pé de algum atleta menos queridinho. Sim, porque os queridinhos, como Evando, podem errar passe, chutar na lua, que dificilmente serão vaiados. Não vem ao caso em discutir a história que cada um construiu no clube e que o isentam das vaias. A questão é a coerência em poupar e apoiar um e perseguir outro, quando os dois fazem erros ou acertos semelhantes.

Sem contar ainda as viúvas que vivem do passado, achando que seus queridos poderiam fazer melhor do que estão no presente. Existem as viúvas do Félix (que foi um bom presidente) e de vários jogadores, como Marquinhos e mais recentemente Cléber Santana. Já teve até viúva do Carlito Arini, que na época em que estava no Avaí era malhado diariamente pelos mesmos, mas depois virou um injustiçado, por conta da sua demissão e contratação do Marcelo José. A última viuvez é do Hémerson Maria, ótimo treinador que foi campeão estadual, mas que não conseguiu deslanchar na série B. O coitado do Argel só vai se safar das críticas se subir, pois mesmo que faça uma campanha muito melhor que o HM fez na série B (51,3 % de aproveitamento), não será poupado se não conseguir o acesso. E olha que ele não vai ter o CS10. Mas para as viúvas isto só contaria se fosse com o HM.

A torcida do Leão não chega a ser geladeira como a do Alliance Sport, muito menos ausente, como a do São Caetano, mas não empurra o time nem comparece nas horas ruins como faz a torcida do Corínthians, por exemplo. Está mais para a torcida alviverde do Palmeiras, que é grande, cobra muito, tem muito corneteiro (lá é a turma do amendoim), sempre está em número até razoável nos jogos, mas só enche o estádio nos grandes momentos.

Colocar toda a culpa disto na diretoria também está certo. Encher o estádio com boa campanha e diretoria nota 10, qualquer torcida faz. Nada mais natural do que ter o estádio cheio quando o time está na ponta de cima da tabela. Quero ver é estar no estádio para apoiar o time quando a fase é ruim.

Aí sim, é ter uma torcida apaixonada. O resto é amor de verão.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Como ter esperança? Por que não ter?


A derrota para o ASA liquidou a esperança de muitos torcedores que já não acreditam mais no acesso. Realmente, tirar 9 pontos em 10 rodadas é muito difícil. Ainda mais que o futebol da equipe, principalmente do ataque, não dá esperança de dias melhores.

O Avaí ainda tem 5 partidas em casa e 5 fora. Será que ainda é possível sonhar com uma vaga?

Considerando que Vitória, Criciúma e Goiás estão muito distantes do Leão e que devem confirmar o acesso, sobrou uma vaga para os demais.

Desconsiderando América-MG, América-RN e Ceará da disputa e forçando a barra para colocar o Leão ainda como um dos candidatos à última vaga, têm-se no São Caetano, Joinville e Atlético-PR os concorrentes diretos ao acesso.

E como é o caminho destes times?

São Caetano – joga em casa contra Ceará, Ipatinga, Boa, dos quais deve ganhar e ainda contra Atlético-PR e Goiás, onde pode perder pontos, empatando (ou até perdendo). Fora de casa joga, contra Barureri, que pode até vencer, Joinville e Guarani, que pode empatar e Vitória e Criciúma, onde deve perder. Com isso, o time do ABC Paulista deve somar mais 18 pontos, chegando aos 68 pontos.

Joinville – deve vencer os jogos contra CRB, América-MG e Guaratinguetá, que faz em casa e empatar com São Caetano e Vitória (também em casa). Viaja para enfrentar Barueri e Bragantino (que pode vencer), Criciúma e Ipatinga (pode empatar) e América-RN e Goias (que deve perder). Assim, o time do balé faria mais 19 pontos, chegando a 66 pontos.

Atlético-PR – Joga em casa contra América-MG, Guarani, Guaratinguetá, América-RN e Paraná, devendo obter preciosas vitórias. Ainda joga contra o Avaí, onde vamos torcer por um empate. Longe de Curitiba, o Furacão joga contra ABC, São Caetano e ASA, onde deve no máximo empatar e perder para Vitória e Criciúma. Conquistaria mais 19 pontos, chegando a 65 pontos.

E o Avaí?

Bem, o Leão teria que vencer todas as partidas em casa (CRB, Goiás, Paraná, Guarani e Criciúma) e ainda as partidas contra Bragantino, ABC e Barueri, longe da Ressacada. Teria ainda que arrancar um empate contra o Atlético-PR em Curitiba e o Ceará em Fortaleza. Se fizer este milagre, conquistaria mais 24 pontos, totalizando 69 pontos.

Difícil? Muito, ainda mais com este ataque ineficiente e o meio de campo sem criatividade.

Tem algum resultado absurdo? Não. É possível. Claro.

Mas para isso, o time tem que continuar acreditando e pelo menos até a próxima partida, a torcida continuar apoiando. Se vier a vitória, continuar o apoio até a próxima. E assim até o acesso ou quando a matemática não permitir mais.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Arapiraca, até o ano que vem

A calculadora e o simulador permitem que a torcida ainda possa sonhar com o acesso, mas os 9 pontos que novamente o Leão está do São Caetano, atualmente na quarta colocação, tira um pouco da esperança.

Tirando os primeiros minutos, em que levou o gol numa pane coletiva da defesa, no resto do primeiro tempo o Avaí esteve bem, fazendo uma grande pressão no time alagoano, mas que infelizmente não resultaram em nada. O time tocou bem a bola, envolveu o adversário, que marcava em cima, mas criou poucas chances de gol. Dominou a bola e o terreno, mas não ofereceu muito perigo ao goleiro adversário.

Já no segundo tempo, em que pensei que o melhor preparo físico do Leão iria fazer a diferença, o jogo foi outro, e as chances foram ainda menores. Exceção feita a um dos raros cruzamentos bem feitos pelo Arlan que o Diogo Acosta, sozinho na área, cabeceou por cima da trave.

Agora a coisa complicou de vez. Ainda há muitos pontos para disputar e é sim possível tirar estes 9 pontos de diferença. Mas para isso o Leão tem que fazer o dever de fora de casa, além de ter 100 % de aproveitamento em casa.

Não é hora de crucificar o Argel, pois o time não foi acomodado. Buscou o gol até o último minuto, mas esbarrou na sua própria incompetência.

Está difícil, mas não impossível.

Só que pelo jeito, Arapiraca vai continuar na rota do time avaiano para o ano que vem.