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quarta-feira, 13 de julho de 2011

O empréstimo de Julinho

Hoje foi confirmado o empréstimo do Julinho para o Vasco. Passeando pela blogosfera avaiana, vê-se uma grande revolta sobre tudo que aconteceu.

Não sou advogado de ninguém, nem do Julinho (que não conheço), nem da diretoria (que não conheço ninguém) e nem sei muito sobre a negociação ou sobre o contrato do atleta. Mas vou dar minha opinião sobre tudo isso.

Olhando pelo lado do Julinho

Antes de mais nada não posso aprovar simulação de contusão para não jogar (que não foi provada por ninguém), mas vou tentar entender o que podia estar passando pela cabeça do jogador.

Imagine que você está numa empresa, que não está bem e você anda sendo criticado pelo seu trabalho. Você percebe que vai ficar em segundo plano e suas chances de crescimento profissional são mínimas onde está. Daí você ouve falar que uma empresa para a qual você havia feito um concurso, está para chamar os candidatos aprovados, e você foi um deles. E que o salário desta empresa é bem melhor e a chance de crescimento profissional também. Neste momento, o teu chefe diz que você precisa viajar para fora do país, num lugar de difícil comunicação, onde você vai ter que ficar por 6 meses. Você sabe que, se nesse período a empresa do concurso te chamar e não te encontrar você vai perder a vaga. O que você faria? Vai dizer que não ia tentar adiar a viagem e ficar no país até o pessoal do concurso te chamar?

O Julinho não vinha jogando bem, mas tinha futuro. A torcida estava pegando muito no pé dele - a cada tentativa errada, uma vaia. Aí aparece a oportunidade para jogar no Vasco, já classificado para a Libertadores do ano que vem. É claro que ele tinha que aceitar. Se ele simulou ou não a contusão, para mim não faz diferença, pois a maioria queria mesmo que ele fosse para o banco. Ou seja, não queriam que ele jogasse. Por que reclamar agora?

Olhando pelo lado da diretoria

É fato que o Zunino disse que o Julinho não sairia, mas ele não pode controlar a vontade do jogador. Dizem que a multa era de R$ 10 milhões. Vender por esta quantia seria a única maneira da diretoria ser menos criticada. É claro que o Vasco não ia gastar toda essa grana. Se vendesse por menos, todos iam reclamar que o Avaí estava dando de bandeja. Qual foi a saída, segundo palavras do Luis Alberto? Obrigaram o Julinho a renovar o contrato para ceder o atleta por empréstimo. Desta forma, o atleta continua vinculado ao clube e se valorizado no Vasco, renderá dinheiro para o Avaí. Nem entro na questão que LA e o Gabriel Zunino vão ganhar dinheiro com isso. Se fosse outro empresário também ganharia, então para mim, não faz diferença quem seja. Achei uma boa saída. Se não fizessem desta maneira, poderíamos ter um novo Rodrigo Galo, que ia enrolar até o contrato acabar e o Avaí não ganharia nada na sua saída.

Olhando pelo lado da torcida

Tirando os insultos desnecessários e as acusações sem provas, acho que a torcida tem até certa razão na bronca. Apesar de muitos terem dito que o Julinho devia ser mandado embora e agora estão reclamando do empréstimo, acho válido a reclamação contra o fato da diretoria estar emprestando um jogador numa posição que o Avaí não tem bons atletas.

Resumo

O Julinho estava descontente com a situação e tem todo o direito de procurar outro clube. Isto independe do empresário dele ser filho do presidente do Avaí. Já escrevi aqui que acho muito ruim que ele seja empresário de atletas, pois há realmente um conflito de interesse aí, principalmente se houver interferência na escalação de atletas.

Se fosse eu, não simularia a contusão, mas deixaria claro que gostaria de sair do clube e por isso não ia querer jogar a sétima partida. A gente sabe que ser transparente no mundo do futebol às vezes é um problema, e por isso tem tanta gente que prefere fazer as coisas na moita. É uma pena.

Espero que o Julinho faça sucesso no Vasco. E espero que o Avaí tenha colocado uma cláusula no contrato que impeça ele de jogar contra o Leão.

Acho que o Julinho vai ser tema de uma futura postagem: A torcida também erra III.

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